Playtac

Focuslife

Colunistas

Home / Focuslife / COLUNISTAS Voltar

Momentos de prazer e agonia
18 de julho de 2014

Cartaz do filme "Prazer e AGONIA"

O  segundo  filme  que  produzi , e  também  protagonizei,  foi  momentos  de  “MOMENTOS DE PRAZER E AGONIA”. Como  eu já escrevi em   postagens   anteriores,  não  havia  investidores  para as Leis  de  audiovisual  e  nem a Lei Rouanet que existem atualmente. Somente contávamos  com   acordos  feitos  com  os  exibidores  e  a  distribuidora.  Funcionava  assim:  o  produtor  com  o  roteiro  pronto  e  elenco  comprometido,  procurava  primeiro  o  exibidor, porque esse  além de  ser  o  dono  dos  cinemas  quase  sempre  era  também  o  distribuidor,  com  base  na  historia,  elenco  e  diretor, era  assinado  o  contrato  onde  a  distribuidora  junto  com  o  exibidor  se  comprometiam  com toda  a  parte  de  comercialização,  o  produtor  tinha  que  rodar  o filme  e  entregar  a  primeira  cópia ,  mas  o  distribuidor  e  o  exibidor  davam  um  adiantamento  em  dinheiro  para  ser  descontado  da  renda  de  bilheteria,  com este  dinheiro  se fazia  o filme  se  pagava  todo  mundo e  os  filmes  eram  sempre  grandes  sucessos  de  bilheteria.

MOMENTOS DE PRAZER E AGONIA  -  foi  todo  rodado  em  Rio  Bonito,  interior  do  Estado  do  Rio  num  belo  Hotel  fazenda,  a  historia  foi  baseada  num  conto  de  GUY  DE MON PASSAN   o  assassinato  da  pequena  Rose,  criação livre e roteiro  do  Adnor  Pitanga,  que  também  dirigiu,  no  elenco  além  de  mim,  tinha  Marcos  Wasberg,  Rinaldo  Genes, Fatima Leite e para  se  meu  partner    meu  diretor  de  produção  sugeriu  o  ator  italiano  Antony  Steffém,  com a  alegação  que  seria  ótimo  para  o  filme  ter  no  elenco  um  ator  internacional, pois ele  tinha  feito  o  Django  e  não encareceria  a  produção  porque  estava  no  brasil  louco  pra  fazer  alguma  coisa,  então  concordei.

Tudo pronto  partimos  para a  locação,  fomos  numa  caravana .Chegamos  na  fazenda no  inicio  da  noite,  onde  os  proprietários  em  pessoa  nos  aguardavam    com  um  delicioso  chantar , um casal  muito simpático, o lugar  era  lindo,  com  uma  vegetação  exuberante  e  um  rio  que  passava  bem  embaixo  da  varanda  da  minha  suíte  com um  barulhinho  delicioso,  um  verdadeiro  paraíso,  pena   que  não  duraria  muito.

O  primeiros  dias  de   filmagem   transcorreram  dentro  do  normal,  as  confusões  começaram  no  dia  que  tinha  uma  cena  a  cavalo,  toda  a  equipe  e  os  atores  já  estavam  no  sete  de  filmagem  só  faltava  o  Antony,   vi  que  o  motorista   vinha  andando  no  meio  do  campo  gesticulando ,  mas  não  dava  para  ouvir  o  que  dizia,  quando  finalmente  chegou  perto  e  perguntamos   onde  estava  o  Antony,  nos  informou;  que  estava    na  porteira   que  dava  passagem   para  atravessar  o  pasto  e chegaria  ate  onde  estávamos,  perguntamos  porque  não  tinha  vindo  junto, o motorista   morrendo  de rir, respondeu  que  ele  tinha  medo  de  vacas,   e  o  pasto  estava  cheio  delas  por  toda  parte.

Precisou   que   o   diretor  de  produção  fosse  busca-lo  ou ele  não  viria  para  o  local  de  filmagem,  mas  se  pensaram  que  o  pavor  de  animais  parou  ai.... se   enganaram,  logo depois  tínhamos  uma  cena  em  que  o casal  saia  romanticamente  para  um  passeio  a  cavalo,  mas  não  teve  Cristo   que  o  fizesse  montar  no  cavalo,  tamanho era  o  seu  pavor  que  não  conseguia  nem  chegar  a  uma  distancia  que  pudesse   ser  considerada  perigosa.

Sem  saber  o  que  fazer ,  o  diretor  o  chamou  de  lado, e  com  muito  jeitinho  lhe  perguntou  se  poderia  fazer  a  cena  puxando  o  animal  pelas  rédeas,  mas  o  nosso  Django nada  tinha  a  ver  com  o  herói  destemido  dos  filme  de western  que  fez  durante  muito  tempo , enganando   um  bocado  de  gente,  porque  quem  fazia  todas  as  cenas  perigosas  era  um  doublé.

Mas que  dera esta  tivesse  sido   a  única  complicação  do  nosso  amigo. Em  uma  outra  cena ,  a  pobre  da  continuísta  levou   a  camisa  certa  da  cena, e  grosseiramente  e  com  cara  de  deboche  respondeu  que  o  publico  não  reparava  nessas  coisas,  a  essas  alturas  do  campeonato  eu  já  estava  bastante  irritada,  e  cansada  de  ver  que  de  uma  forma  ou de  outra   sorrateiramente, usando  do  seu status  de  estrela  internacional,  e  com isso  fazer  o  que  ele  queria, me  levantei  e  disse :   ou  o  Steffem  segue  as  orientações  da  continuísta, ou  então  e  melhor   darmos  um  tempo e  todos  nos  fazermos  um  estagio   na  mesma  escola  de  cinema  que ele  cursou,  acho  que  se  tocou  porque  sem  dizer  uma  palavra  trocou  a  camisa  e  felizmente  pudemos  cumprir  o  cronograma  do  dia.

Rossana Ghessa

Atriz e produtora de Cinema e Teatro

Contato: focuslife@playtac.com

 http://rossanaghessa.blogspot.com.br

SIGA 

                                                                                                                          

Minha VIDA
Biografias, Histórias de vida de personalidades

Deixe seu comentário: