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Quem inventou o Amor?
23 de setembro de 2014

 

Já cantava Renato Russo: “Quem inventou o amor? Me explica, por favor...”. Vivemos num tempo onde lemos e ouvimos constantemente, que quem é feliz, é em primeiro lugar feliz sozinho. Concordo que a felicidade de uma pessoa está primeiramente ligada a ela mesma. E que a plenitude de ser quem se é, é o que torna alguém feliz e em paz de verdade.

Mas a pergunta de Renato Russo é no mínimo engraçadinha, pois ela nos remete às bobeiras que o amor nos causa. Ficamos literalmente bobos. Rimos e choramos à toa. Sofremos por quem amamos. E vemos perfeição e qualidades até mesmo onde não existem. Às vezes amamos demais e nos doamos demasiadamente.

Mas e quando não temos ninguém para amar? Alguém que nos faça sentir tão bobos? Como ficamos quando não estamos sofrendo por amor? Então buscamos desesperadamente por alguém. Embora amar nos torne grandes bobos, durante uma vida inteira buscamos esse sentir. Entre o amar uma pessoa e a próxima, sofremos a falta de não amar ninguém.

Quando jovens, quebramos a cara por vezes seguidas. Sofremos a primeira traição, as primeiras ilusões e por vezes nos tornamos inseguros e carentes. Alguns mais, outros menos. Com o passar dos anos ficamos melhores nessa arte, pois aprendemos a reconhecer o amor que vale a pena, abrindo mão daquilo que é passageiro e insólito.  A maturidade tão conveniente para um relacionamento finalmente chega.

A sabedoria de amar. Algo tão maravilhoso que nos permite um amar direito, de corpo e alma, com intensidade e sem medo. O amar ao outro após o amar a si mesmo. Ponto na vida que se chega, após o machucar do coração indefinidas vezes.

Amar alguém não é fraqueza, mas o que traz força no dia-a-dia, para se suportar a mesmice, as dores e cansaços da vida. O alívio do encontro, depois de um dia de trabalho. A famosa válvula de escape, que vem com o frio na barriga, a profundidade do olhar e aquelas sensações que só as grandes paixões trazem. Amor é o sorriso que se faz no rosto pelo simples lembrar de uma pessoa. O suspiro por nada. A alegria nas pequenas coisas, mesmo quando tanta coisa ruim há. Amor invade a alma, faz incessante o riso, e intenso e vivo o desejo.

Um amor de verdade vem com maturidade, afinidade e sensibilidade. Além do fogo que arde. Não por acaso, também temos corpos com vontade própria, que às vezes se sentem só: precisam de afeto, de um toque, um cheiro e um beijo. Se a vida fosse mesmo tão feliz sozinha, porque “raios”, teríamos sidos criados para nos relacionarmos fisicamente? Afinal, pra que se inventou o amor?

Pra sermos feitos de bobos.

Por nós mesmos!

CAROLINA VILA NOVA

 

ESCRITORA E ROTEIRISTA, de Curitiba.

Contato: focuslife@playtac.com

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