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SOS Mulheres ao Mar
06 de abril de 2014

 

           

Foto 1: Carolina Vila Nova e Gianechini

           Confesso que quando fui ontem ver o filme SOS Mulheres ao Mar ( foto 2 ), não tinha absolutamente nenhuma expectativa. Não tinha visto sequer o trailer. Pelo simples fato de saber que ia ver o Reynaldo Gianecchini na história, já me parecia motivo suficiente para meio ingresso de cinema muito bem gasto.

            Tenho que dizer que o filme foi muito bem escrito. Mesmo! O roteiro é hilário e bem desenvolvido o tempo todo. Logo de cara nos é apresentado o trabalho de Adriana (Giovana Antonelli) como tradutora de filme pornô. Sua empregada e amiga, Dialinda, interpretada por Thalita Carauta e a irmã tarada Luiza, encarnada cômica e perfeitamente por Fabiula Nascimento.

Foto 2: cartaz

            A história nada mais é do que aquilo que já aconteceu com qualquer um de nós, homens e mulheres: um belo e doído chute na bunda! Ninguém gosta, ninguém quer, mas ninguém, absolutamente ninguém, está livre de ser rejeitado ao  menos uma vez na vida. Após o dolorido chute, aquela fase de luto, que muitas vezes, desesperadamente, tentamos “pular”, indo direto à próxima fase: amando o próximo!

            Porém a história mostra outra possibilidade, quando a pessoa rejeitada, após um breve luto, ainda tenta reconquistar a pessoa amada de todas as formas. Eduardo, na pele do ator Marcelo Airoldi, é o ex-marido de Adriana, que agora na companhia de uma nova mulher, embarca num cruzeiro internacional.

            De forma divertidíssima, as três mulheres acabam em alto mar. Juntas elas tem em principio a ideia de ajudar Adriana a reconquistar o ex-marido Eduardo, porém, elas não têm um plano ao certo e tudo acaba sendo uma improvisação do acaso. André, (o valor do meu ingresso) Reynaldo Gianecchini, surge no caminho de Adriana já com um mal entendido genial e muito apropriado para a história que se segue: tudo indica que o lindo moço é gay. Até então nada demais.

            Enquanto as mulheres se metem em situações constrangedoras e de fazer “chorar de rir”, Adriana acaba se esbarrando com o estilista André quase que em todos os momentos. Até que ela conta para o suposto novo amigo gay seus segredos mais íntimos. A personagem principal, que vive o conflito e a dor da perda, acompanhada da irmã fogosa e da empregada desajeitada com a língua portuguesa, muda suas intenções e desejos de acordo com os acontecimentos no navio.

            Adriana, após dez anos de casamento e o recente chute na bunda, volta a olhar para seu antigo sonho de ser escritora. Também acaba se envolvendo rapidamente com o enigmático André. Num enredo cheio de conteúdo e que realmente nos remete ao riso, há o reencontro profundo de uma mulher com ela mesma. A reflexão que a personagem vive é a mesma que a maioria de nós sofre várias vezes na vida.

            Apesar de o filme ser realmente uma comédia de primeira, ele também acaba sendo romântico, profundo e verdadeiro. Tiro o chapéu aos três roteiristas: Marcelo Saback, Sylvio Gonçalves e Rodrigo Nogueira.

            Do início ao fim, nunca ouvi tantas risadas ao mesmo tempo no cinema. Se meio ingresso já valia para acariciar meus olhos com a imagem de Reynaldo Gianecchini, deveria voltar e pagar ao menos mais meio ingresso por cada ator e atriz que fizeram desse filme algo fenomenal.

Foto 3

Disse Giane em uma entrevista, que ele foi o que mais se divertiu durante as gravações do filme. Não há dúvidas. Ele ri de forma tão linda e natural que fica transparente e contagiante a diversão que teve com seu personagem. Linda atuação, feita com naturalidade total.

Não recomendo SOS Mulheres ao Mar só pela presença de Gianecchini, mas por cada um que fez parte dessa história simples, colocada e interpretada de forma tão divertida e bonita. Pois assim como o cruzeiro retorna a seu ponto de partida, Adriana mostra que ser a personagem principal de sua própria vida é voltar-se para si mesma!

Fantástico!

 

CAROLINA VILA NOVA

ESCRITORA E ROTEIRISTA, de Curitiba.

Contato: focuslife@playtac.com

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